Ter uma casa em madeira era o sonho de um jovem do interior mineiro que na década de 1950 se aventurava pela capital paulista. Na época, ele trabalhava em uma empresa cinematográfica e conheceu por meio das películas norte-americanas as tradicionais casas construídas com toras de eucalipto. “Eu via aquelas imagens e pensava: um dia vou ter uma casa assim”, lembra Salvador Muroni. Anos mais tarde, o empresário chegou ao Espírito Santo e por aqui concretizou o antigo desejo. Contudo, a casa idealizada na juventude sofreu uma pequena alteração quanto à matéria-prima: em vez de eucaliptos, o projeto foi construído com base em dormentes de madeira, encontrados em abundância naquela época, devido aos descartes das estradas de ferro. E assim, no alto da colina, com vista privilegiada da Baía de Nova Almeida e Praia Grande, ergueu-se uma obra singular: uma casa de praia com paredes formadas apenas por dormentes. Hoje, o local abriga o restaurante Ninho da Roxinha, famoso por seu Leitão à Pururuca. Com concreto apenas em sua base, a casa ostenta paredes de 3m de altura e incríveis 30 cm de espessura. “Este projeto exigiu que toda a estrutura fosse erguida em camadas. Os dormentes são dispostos lado a lado, até formar a primeira. Na sequência, aplica-se uma mistura de cola branca, pó de serra e limão para fixar a segunda, e assim por diante. Esta técnica é necessária para manter o nivelamento dos dormentes. A vantagem é que a casa é erguida por inteiro, em um só bloco, e quando a última peça é fixada, a obra está praticamente concluída”, explica o arquiteto Zanine Filho. O espaço para portas e janelas, assim como o caimento do telhado, foi talhado na própria madeira, com impressionante precisão. “São detalhes como esses que tornam o projeto ainda mais interessante”, afirma. Na obra foram utilizados cerca de 3 mil dormentes, peças que medem 2,80m de comprimento e chegam a pesar 110 kg. Para ver o artigo completo em PDF, acesse o link: http://issuu.com/zerodcompany/docs/revista_espaco/1
MadeiraTrama, onda e ziguezague são algumas das formas que este forro de angelim curvado assume quando é observado a partir de pontos distintos da casa. "Ele unifica o ambiente", explica o arquiteto carioca Euclides Zanine Caldas Filho, autor do projeto. A casa foi construída em 1992, na Ilha do Frade, perto de Vitória, cidade onde vive o profissional. E, mesmo com esse tempo todo de uso, a estrutura e o forro se mantêm em forma. O segredo, segundo Zanine, está no corte, na secagem em estufa natural da matéria-prima e na escolha da mão-de-obra. "O carpinteiro começa e termina a instalação sozinho. A mão de outra pessoa compromete todo o resultado", conta ele. Estrutura: ripas de 0,25 x 12 m e 2,5 cm de espessura transpassam a viga na horizontal. Euclides não usou laje entre forro e telhado, nesta casa térrea. "Isso rende economia para a obra", conta ele. Na finalização, aplicou-se uma camada de stain (Osmocolor) sobre toda a madeira.
Após 20 anos de atuação profissional a Zanine Filho reformula seu Web-Site. A reestruturação do site, na forma em que foi desenvolvida, permitirá uma melhor visualização de grande parte de seu trabalho ao longo desses anos. No menu do site é possível conhecer, de forma organizada, cada tipo de trabalho que a Zanine Filho elaborou. Nas duas primeiras sessões "início" e "Zanine Filho" há todo um panorama da empresa e de sua proposta. Na sessão "casas de madeira" você vai encontrar imagens de residências já construídas com todo o seu detalhamento em madeira permitindo a apreciação da riqueza do seu trabalho. Na sessão "construções" as imagens mostram os detalhes e os processos de construções em madeira. Na sessão "móveis" são apresentadas imagens de móveis criados em madeiras maciças, abrangendo todos os seus detalhes e ângulos. Na sessão "estudos" é possível acompanhar a elaboração de um projeto em 3D desde o estudo preliminar até sua fase final. Na sessão "maquete" encontramos fotos de representações em madeira da proposta de um projeto. Finalmente, na sessão "notícias", a pretensão é publicar novidades no campo de arquitetura e móveis maciços.
Ela estava no centro do terreno onde a construção seria erguida. O destino da velha árvore era quase certo: o chão. Mas eis que surgiu nessa história o arquiteto carioca Euclides Zanine Caldas Filho: contrariando todas as expectativas, ele propôs com seu projeto não só a preservação da árvore, mas também seu aproveitamento como ponto de partida do trabalho. Assim foi feito. A casa, erguida exatamente atrás da árvore, dá a impressão de já estar ali há muito tempo. E também ganhou personalidade, pois fugiu do padrão deste condomínio, onde as outras construções ficam sempre perto da estrada. O episódio traduz a preocupação constante de Zanine com a natureza. Foi a certeza do respeito, aliás, que levou o casal Benjamin Baptista Filho e Jussara Pires Baptista a contratá-lo para desenvolver o projeto desta casa de campo. Apaixonados pela região (Parque Estadual da cidade de Pedra Azul), os dois queriam uma moradia que se harmonizasse com a beleza do lugar. Benjamin cresceu no Rio, onde havia conhecido as obras de José Zanine Caldas, pai de Euclides – arquiteto autodidata cujo trabalho também valoriza o entorno e a integração com a paisagem. Quando descobriram Zanine Filho em Vitória (ES), cidade onde residem, tiveram certeza de ele seria o profissional certo para traduzir seus sonhos. A região montanhosa, distante 80 quilômetros de Vitória, oferece uma temperatura média de 17 ºC (15 ºC mais baixo do que na capital capixaba), que chega a cair par a 5 ºC no inverno. Ou seja, dá até para acender a lareira nos dias frios. A cidade, que fica a 1200m de altitude, é uma região de beleza equivalente à Petrópolis, no Rio de Janeiro, ou Campos de Jordão, no interior de São Paulo. E este terreno, como se vê, é um trecho privilegiado, com uma vista maravilhosa dos arredores. Dependurada no morro, a casa tem um jardim de 800m2, que ocupa o recuo da estrada e chega à varanda da entrada. O cuidado com os detalhes começa ali e se espalha por toda construção. Cada uma das fachadas recebeu a mesma atenção e parece ser a principal. “Não existem frente e fundos”, explica Zanine. Quanto ao interior dos ambientes, “a casa em si já se decora”, diz ele. A intenção do arquiteto era de usar menos móveis possível para que a visão proporcionada pelos vidros, que circundam toda a casa, não fosse prejudicada. Conhecido pela forma artesanal com que trata suas obras, Zanine abusou das transparências para conseguir luminosidade natural e, assim, destacar ainda mais os ricos detalhes trabalhados a mão. Toda estrutura é de madeira, com as vigas de maçaranduba, uma madeira muito resistente, que vence grandes vãos sem necessidade de mão-francesa – um elemento que, de acordo com Zanine, poderia comprometer a leveza e a harmonia do projeto. Outro capricho do arquiteto está na lareira. Construída com tijolos de 60 anos de idade, conseguidos de uma olaria abandonada, numa cidade de Minas Gerais, ela nem precisou de impermeabilização. “Como os tijolos eram do forno, ficaram mais de meia década cozinhando telhas e acabaram por se tornar super-refratários”, explica Zanine. Afinal uma casa, num local tão especial, concebida por um arquiteto com preocupações ecológicas, merecia um tratamento diferenciado. CASA ANTIGOTEIRA O madeiramento, quando exposto à luz da água, encharca e perde a resistência, comprometendo a estrutura. Por isso, Zanine impermeabilizou a cobertura: entre o forro e as telhas, colocou placas de isopor por cima da manta plástica para evitar que a água das chuvas vaze. NA MEDIDA CERTACortadas numa serraria já desativada da região (que fez o corte excepcionalmente para esta obra), todas as portas da casa são de peroba-mica. Feita a mão, a de entrada mede 3m de altura e tem uma tranca no lugar de trinco. As outras portas, com trincos normais, ficaram todas com 2,30m de altura. SISTEMA DE ENCAIXEA escada de maçaranduba, que leva ao andar superior, tem os degraus (60x20 cm ) encaixados como gavetas e não usa pregos ou parafusos na fixação. Já o piso de tábuas de peroba-mica é colocado segundo um sistema antigo: as tábuas são serradas com 25cm de largura, secam e recebem um sulco de 0,5cm de profundidade na parte de baixo, feito com serra circular, no sentido do comprimento. Paredes de vidro em todas as áreas ampliam a vista RESISTÊNCIA ARMADADebruçada sobre o despenhadeiro, a varanda é o local ideal para contemplar a natureza. O piso é de maçaranduba, e o telhado, sem laje e com beiral de 1m, tem 35% de caimento. As telhas artesanais (Cerâmica Ouro Preto) são tão resistentes que os cortes foram feitos com diamante. QUADRO VIVOComo a paisagem tem preferência neste projeto, uma dupla rara conquistou espaço num dos banheiros. A banheira ganhou de fundo uma janela de Blindex, da Santa Marina, que enquadra a montanha. O conjunto, viável por causa da altura do banheiro em relação ao terreno, é um convite ao relaxamento.
Breno Areas Moraes Construída por Zanine Filho no ano de 1999, esta casa localizada no Parque Estadual de Pedra Azul, a 80 km de Vitória (ES), possui toda sua estrutura em madeira, com vigas de Maçaranduba. No ambiente interno, foram usados o mínimo de móveis possível para que a visão proporcionada pelos vidros, que circundam a residência inteira, não ficasse comprometida. A luminosidade natural é outra característica marcante do arquiteto.Designers e arquitetos dão forma ao mundo que nos cerca. Quando são grandiosos, têm o poder dos sonhos a realidade, da natureza o real habitat. Zanine Filho é um deles. Sentiu gosto pela arquitetura trabalhando desde menino. Começou quando tinha apenas oito anos de idade ajudando seu pai a confeccionar maquetes. Daí para os trabalhos com madeira maciça foi um pulo. No conceito de vanguarda compôs seu próprio estilo: projetos que fundem sofisticação, conforto e um pensamento ambientalista.Zanine Filho figura hoje no consagrado time da arquitetura. Seu conhecimento funciona como um contraponto a toda modernidade evocada no espaço. Sua formação vem da prática. Sua experiência pode ser estímulo para qualquer profissional. A melhor maneira de conhecer de perto seu trabalho intimista, onde predomina o uso da madeira maciça, é sendo amigo de alguém que more numa das inúmeras casas feitas por ele, ou, melhor ainda, sendo proprietário de uma delas. Nesse círculo restrito de pessoas, Zanine Filho é cultuado como um expert no seu ofício. DESIGNER Em suas obras pode-se observar a elegância da simplicidade. Em suas casas, os espaços são amplos e a luz natural é sempre privilegiada. Ao contrário da maioria dos arquitetos, prefere não mexer no terreno. Mas Zanine Filho adianta: "minha prioridade na hora de elaborar um projeto é o conforto e a maneira de habitar da família. Antes de qualquer concepção, prefiro ter uma longa conversa com meu cliente. Conhecer um pouco do seu gosto, sua vida, suas aptidões e estilo contribuem para a realização de um projeto perfeito. Meu objetivo maior é a satisfação do cliente, do ser humano".Mas para quem acredita que a arquitetura de Zanine Filho sai a um só tempo da concepção da mente e da emoção, se engana. O arquiteto acostumou-se a observar os fenômenos naturais e prestar muita atenção nos casos populares. Foi dessa forma que descobriu várias curiosidades que contribuíram para o trabalho, como o fato do ciclo lunar influenciar na madeira, tão utilizada em suas obras. "Para a madeira não dar bicho, elas devem ser retiradas na lua nova", revela. "Se você utilizar os recursos de defesa que a natureza oferece contra ela própria, vai se dar bem", conclui.Exercendo a profissão em Vitória desde 1980, onde atua especificamente em projetos e construções de casas com estrutura e acabamento de madeira, Zanine Filho estende sua atuação ainda por todo o Brasil, América do Sul e outros países do mundo. "Nós trabalhamos em qualquer lugar do mundo. Onde quer que eu vá construir eu levo minha equipe para morar no local. Isso facilita o trabalho e não aumenta tanto o custo da obra", explica. A primeira casa de Zanine Filho foi construída ainda em Nova Viçosa, em 1972. Foi sua própria residência. Hoje possui inúmeras obras espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Entre as madeiras mais usadas, o arquiteto adianta a preferência pelo Ipê, Parajú, Maçaranduba, Peroba e Angelim. Suas obras, atualmente, são referência no mundo da arquitetura. Os preços, variam conforme o tamanho dos projetos. Mas ainda paga o prazer e o privilégio de morar em uma obra de arte feita por Zanine Filho.Para mais detalhes sobre seus trabalhos, os interessados podem acessar o webpage www.zanine.com.br ou ligar para 55 + 27 99635443 / 55 + 27 3225-9132.Os móveis e maquetes feitos pela Zanine Filho seguem o padrão de qualidade das casas e são reconhecidos internacionalmente. Os móveis, anteriormente, eram feitos com o restante do material utilizado na construção de suas casas. Agora com a produção seriada, mais voltada para a exportação, são feitos de diferentes tipos de madeira. A variedade é grande. São cadeiras, mesas, consoles, bancos, baús, entre outros, sempre destacando a beleza, originalidade e suavidade das peças, que revelam a sensibilidade do artista e provocam as mais diversas reações. Orla Turismo & Negócios.Dezembro/Janeiro 2002 pags. 38 e 39
Ele começou cedo. Quando criança, sua melhor brincadeira era fazer pequenas casas em miniaturas, como as maquetes que o pai, o arquiteto Zanine, montava antes de executar seus famosos projetos. Hoje, também um mestre na arquitetura e construção, Zanine Filho assina as casas mais belas e cobiçadas do Espírito Santo. Em locais nobres, como Pedra Azul, Ilha do Frade, em Vitória, e Aldeia da Praia, em Guarapari, se encontram várias de suas obras. A fama do arquiteto também já chegou a vários outros Estados, onde deixou sua marca. E por falar em marca, uma de suas características principais é justamente o trabalho com a madeira, que é usada em sua totalidade, não só como material estrutural, mas também como forte elemento decorativo. A seguir, um bate-papo com Zanine Filho, um reconhecido profissional e uma grife de bom gosto e elegância.COMO NASCE CADA UM DE SEUS PROJETOS?Cada cliente tem sua maneira própria de ser e viver. Faço entrevistas com os futuros moradores da casa, descubro peculiaridades e necessidades de cada um. A privacidade, por exemplo, é sempre uma preocupação. Às vezes o casal quer closets separados, banheiros também, etc... Salas, cozinhas, cores, tudo é observado com meticulosidade. Além de personalização do projeto, vejo também como valorizar ao máximo a iluminação natural, a ventilação...VOCÊ É CONSIDERADO BASTANTE DETALHISTA...É, eu acompanho todo o processo da obra, da concepção à finalização, os detalhes... Gosto muito de vãos livres com poucos pilares nas salas e fachadas. Nos tetos , não uso laje. Prefiro madeira aparecendo, acompanhando o nível do telhado e juntando-se à decoração. Em alguns tetos, o trabalho nos forros dá a impressão de que a madeira está em movimento.COM TODA ESTA ONDA ECOLÓGICA, AINDA É VIÁVEL, TAMBÉM EM TERMOS DE INVESTIMENTO, FAZER CASAS COM ESTRUTURA EM MADEIRA?Acredito que o uso que faço da madeira deixa as casas aconchegantes e consequentemente proporcionando aos moradores maior prazer em habitá-las. Se comparado com o custo de uma casa de concreto, claro que a de madeira custa um pouquinho mais, no entanto, a pessoa está adquirindo algo nobre e considerada como obra de arte, assim é muito comum ver casas que fiz, depois de prontas, serem vendidas por até quatro vezes o preço que custaram. E QUANTO AOS TEMÍVEIS CUPINS? DÁ PRÁ DORMIR TRANQUILO?Se você usar a madeira correta no lugar certo, não há problemas com cupins. Tem que saber qual madeira usar, como e quando extraí-la. Na lua cheia, por exemplo, a madeira está com a seiva mais exposta, o que atrai mais os cupins. Isso já é conhecimento antigo, de várias gerações...DE ONDE VEM A MADEIRA QUE VOCÊ USA?Geralmente do Pará, pois a qualidade e o preço estão melhores ajustados ao mercado. Para os detalhes, aí aproveito também aquele tronco oco, jogado no mato, portas antigas, tudo vai sendo observado por um ponto de vista artístico ou prático e vai tomando forma e encontrando lugar na nova casa.E A MÃO-DE-OBRA? ELA TAMBÉM É ESPECIALIZADA DURANTE TODA A OBRA?Claro. Já nos alicerces tenho uma equipe de calculistas que me acompanha há anos. Na execução também não é diferente. Meus carpinteiros trabalham rigorosamente em cima de meus projetos. Por fim, tenho uma outra equipe que se ocupa dos detalhes, acabamentos finos, etc.
Filho de Zanine perpetua a busca pela excelência, marca do mestre Euclides Zanine Caldas Neto, herdou, além do nome, a profissão e o apreço pela matéria-prima que marcou o trabalho do pai: a madeira. Até por conta disso, e da convivência, o resultado assemelha-se à produção paterna, o que suscita um misto de orgulho entre os filhos. O carioca Euclides trilhou o mesmo caminho autodidata do pai e hoje delega a assinatura dos trabalhos para o filho diplomado, Daniel (24 anos). Ele ainda usa machadinha na madeira maciça para dar forma à base de uma peça, técnica que aprendeu ao lado do pai, os dois observando um canoeiro baiano na lida. "Com os caboclos também aprendemos que devemos extrair a madeira na lua nova, para não dar broca", afirma. Hoje instalado em Vitória, o arquiteto revela utilizar madeira, ele emprega a matéria-prima com alvenaria, ainda utiliza toras ocas. "Elas são descartadas pelas serrarias"; um equívoco, porque são mais resistentes", diz Zanine Filho, cujo forte são os móveis (produção sob encomenda). Para 2009, ano que Zanine completaria 82 anos, os filhos planejaram uma exposição e a edição de um livro sobre a trajetória do pai, o mestre José Zanine Caldas, falecido em 2001 .
Encontrada em abundância nas matas brasileiras, a madeira confere às construções e ao ambiente da casa um toque rústico e original. Optar por um projeto arquitetônico que privilegie o uso da madeira na construção nem sempre é sinônimo de gastos exorbitantes e obras intermináveis.Segundo Euclides Zanine, responsável pelo escritório Zanine Filho Arquitetura, edificações feitas com estruturas de madeira, além de conferirem charme e beleza aos ambientes, levam menos tempo para serem executadas e não exigem manutencão onerosa, tornando-se uma alternativa para quem não abre mão do conforto, com um toque de rusticidade."Uma construção de madeira é mais rápida e dispensa trabalhos como o reboco e a pintura. Além disso , a valorização do imóvel é muito maior, na hora da venda", destaca Zanine, acostumado a desenvolver projetos nesse estilo. Entre seus trabalhos mais conhecidos está o sítio Ninho da Roxinha, uma casa que se transformou num dos restaurantes mais requisitados de Nova Almeida. Construído em quase um ano, Zanine conta que o Ninho da Roxinha - cujo nome deve-se à coloração da madeira utilizada - tem a estrutura toda feita em madeira reciclada. "A casa foi toda construída com dormentes, que aproveitei dos trilhos de trem da Vale do Rio Doce", diz ele. Projetada, inicialmente, com um andar, o especialista ressalta que a residência foi literalmente montada através de encaixes dos dormentes. Para criar um efeito de amplidão e dar leveza e clareza aos ambientes, ele lançou mão do vidro. Zanine assegura que outras vantagens do uso da madeira na arquitetura referem-se à originalidade e a alta durabilidade da matéria-prima. A escolha da madeira adequada, segundo ele, resulta numa construção eterna, que preserva suas características originais. Mas engana-se quem pensa que ele se restringe a desenvolver e executar projetos. Apaixonado por tudo que é feito de madeira, Zanine também cria poltronas, sofás, cadeiras, baús e outros móveis. Como nada deve ser desperdiçado na obra, essas peças, explica ele, geralmente são feitas com as sobras de madeira. No entanto, o especialista ressalta que esse tipo de construção tem a ver com o estilo de vida da pessoa "Tem gente que gosta de elementos naturais, curte o estilo rústico e tem vontade de morar numa casa personalizada. Além disso, a madeira cria um visual agradável e um clima mais aconchegante", diz ele.